terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Entre saberes e emoções



Wallon está, junto a Piaget e Vygotsky, entre os estudiosos que mais elaboraram teorias sobre o processo de aprendizagem e desenvolvimento humano. Todos os três acreditam que nele os fatores sociais, cognitivos e motores influenciam gritantemente, porém cada um em sua ênfase: Piaget com biologia, Vygotsky com direito e Wallon para a medicina e filosofia.

O ponto diferencial de Wallon será a afetividade, que para ele é de fundamental importância principalmente quando se trata da adolescência. Este pode ser o objeto fundamental para a harmonia entre o saber e as emoções tão afloradas nesse estágio. Wallon dividirá as fases de aprendizagem em estágios, a cada estágio alguns aspectos irão predominar em relação aos demais, salvo o estágio da puberdade onde todos os aspectos se destacam. Para que fique mais claro definirei tais aspectos:

Cognitivo – é a inteligência em sua forma construtiva, não está pronta e sim em constante crescimento.

Social – é a interação do individuo com ao social, consigo mesmo, com seu contexto cultural.

Motor – é o físico, a familiarização com o corpo, com suas habilidades físicas, mudanças hormonais, etc.

Afetivo - são as emoções, o impulso, os sentimentos.

Estes quatro aspectos são essenciais para entender o funcionamento da cognição no aluno e sua assimilação. Além do que possibilita ao professor identificar problemas e/ou soluções para situações em sala de aula.


Apredender com a diversidade



O filme Entre os Muros da Escola aborda um tema bastante interessante na França contemporânea a questão dos imigrantes. Podemos observar no filme as divergências entre alguns alunos que vai desde chacota sobre as nacionalidades à resistência em aprender a língua nacional, o francês. A questão professor – aluno também é abordada no filme de forma bastante singular que não deixa de se aproximar das escolas do Brasil. A forma como o aluno vê o aluno apesar de assustadora é real, ele é visto mais como um inimigo, no caso especifico como um colonizador que impõe sua cultura, sua língua a indivíduos de nações diferentes; embora estes estejam no território do “colonizador”. Por mais que o professor tentasse algo diferente, a visão dos alunos para com eles não modificava. E apesar de algumas ações inovadoras este ainda mantinha muito da postura tradicional.

A relação entre professores e os problemas da escola, também é abordada. Entre conselhos e reuniões os professores tentam resolver questões de mal comportamento e até mesmo sobre a deportação da mãe de um dos alunos. Uma convivência de felicidades, irritações e tristezas num ambiente que de uma forma ou de outra ainda é de trabalho.

O filme leva-nos a refletir sobre as ações daquele professor e suas respectivas reações, o cuidado que nós como educadores devemos tomar com algumas atitudes tanto nossa quanto dos alunos. O quanto a multicultaridade pode tanto ajudar quanto atrapalhar a convivência e o aprendizado, o quanto respeito a individualidade do aluno pode melhorar a afetividade entre o mesmo e o professor. Entre outros pontos importante que com uma análise mais aprofundada pode-se perceber.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Erro ou um passo para o acerto?








Erro: palavra temida por muitos ou por todos. Erro significa a primeira vista fracasso, falha, ou qualquer outro sentindo que expresse o oposto de acerto. Mas será realmente que errar significa exatamente o oposto de acertar? Ou será errar um passo para o acertar? Ou ainda acertar parcialmente?

Para Jean Piaget o erro pode sim transformar-se em algo construtivo e que cabe ao professor encaminhá-lo para esse sentido. Piaget caracterizou alguns tipos de erros freqüentes, abaixo caracterizarei três deles.

O primeiro erro na concepção de Piaget se trata de uma pequena distração da criança com algo um tanto irrelevante se levar em consideração que à maior parte do que ela deveria ter aprendido já está ‘assimilada’ e ‘acomodada’, usando as expressões do mesmo. Trata-se de um erro cometido sem que a criança perceba no momento, mas que esta saberia após uma análise que está errada e corrigir-se-ia. Um exemplo desse tipo de erro na área de história seria a troca de nomes de principais figuras de algum evento significativo para a sociedade, ou d período em que este ocorreu. Como numa explicação sobre o descobrimento algum aluno trocasse Pedro Alvares Cabral por D. Pedro I, a estrutura do tema está formada, mas por um descuido houve a confusão de nomes. Para que este conflito se estabilize na criança, uma ajuda poderia fazer uma revisão sobre as duas figuras e seus papeis na história do Brasil e estabelecer relações entre os nomes ou datas com fato histórico.

O segundo erro seria a associação de certo conhecimento a somente um caminho, causa ou conseqüência sem levar em conta as relações estabelecidas. A criança aprende uma forma de executar determinada tarefa e utilizar os mesmo métodos para efetuar outra de natureza distinta. Um exemplo na área de história poder-se-ia a associação da escravidão de negros no Brasil colônia com toda e qualquer escravidão que já existiu, para a criança não importa qual época ou localidade a escravidão será/foi sempre sobre negros. Ela não consegue associar a escravidão a outros povos ou “raças”, não consegue compreender que na antiguidade os escravos eram gregos, romanos, herbreus. A criança sabe o conceito de escravidão mais não consegue relacionar os vários tipos. Uma escolha para a resolução deste conflito poderia ser um trabalho um tanto mais profundo, ou até mesmo uma discussão coletiva entre alunos e professores sobre os distintos formas de escravidão e suas respectivas “preferências” quanto ao tipo de escravo.

Já o terceiro erro segundo Piaget, se constitui da seguinte forma: a criança não percebe o erro, mais ainda ela concebe o erro como um acerto, pois não consegue enxergar diferenças entre o que ela vê e o que ela reproduz. Aquilo não lhe causa conflitos de idéias, porque essa distinção não lhe diz nada, não tem significado para a mesma. É como se ao estudar relações sociais estabelecidas durantes as revoluções francesa e industrial, não lhe dissesse respeito, não alterasse a sua forma de perceber as relações a sua volta, como se o que ocorreu na Europa em pleno século XVIII não refletiu na sua realidade hoje. Levar os acontecimentos uma proximidade com o cotidiano do aluno seria uma boa proposta para equilibrar as idéias da criança.

A partir destas definições e sugestões sobre os três erros destacados aqui é possível constatar que o erro numa sala de aula na maioria das vezes é fundamental para que o aluno consiga posteriormente construir estruturas necessárias para um acerto mais “fácil”.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Uma ilha de idéias







Pelo que pude perceber o professor reflexivo não pode resumir-se ao que dizem ser um professor reflexivo. Ele deve se articular diante das situações de seus alunos, da turma a ser trabalhada trazendo contribuições dos vários estudos realizados sobre uma profissão docente critico-reflexiva. Utilizar recursos visuais, que fujam do livro didático ou da forma de ensinar formal presa à sala de aula sem deixar de interagir com o conteúdo, são boas proposta de se começar a trabalhar de forma reflexiva em sala de aula.

Um curta com desenvoltura capaz de atrair a atenção dos alunos, como “A ilha das flores” é bastante proveitoso numa aula de história por exemplo. Há uma infinidade de co-relações que pode-se fazer entre os conteúdos da disciplina e o curta, o que primeiramente me veio à mente foi mostrar para os alunos o quanto o fatos históricos estão interligados uns aos outros, algo que estes tem muita dificuldade, assim como na historia do curta onde o ‘tomate’ percorre por vários caminhos mostrando que tudo está relacionado e que para tudo há uma causa e conseqüência, assim como na nossa história.

Poder-se-ia fazer uma atividade na qual pedíssemos para os alunos identificar no filme coisas relacionadas após isso um estudo dirigido sobre vários temas em grupo seguido de uma discussão poderia levá-los a interpretar os fatos da mesma maneira como interpretaram o filme.

sábado, 3 de outubro de 2009

Qual modelo seguir?







Na verdade a pergunta deveria ser: Devemos seguir exatamente um modelo? Na minha concepção não. Se de fato trabalhamos ao longo de quatro anos para tornamo-nos professores, acredito que nunca seremos aquele ou outro modelo. Mas a que me refiro? À modelos de tipos de professor. E quais são eles? O racional-técnico e crítico-reflexivo.

Irei caracterizá-los de acordo com o artigo “O Saber Psicológico e a Docência: Reflexões sobre o ensino de Psicologia na Educação” da Doutora em Psicologia Educacional Priscila Larocca.

Racional-técnico: o tipo tradicional. Chamado de positivista, este professor se apropria das teorias psicológicas para planejarem suas aulas e para ele primeiro vem a teoria para depois vir a prática. Há também uma hierarquia dos saberes e do profissional, seria o cientista um nível mais alto que o professor, e a teoria mais importante que a prática, sendo a primeira seguida rigorosamente. Sua “formula educadora” é utilizada em qualquer situação, ou seja, em qualquer turma, colégio ela daria certo.

Crítico-reflexivo: reflete sobre sua prática com ajuda das teorias. O pensar interage com o educar, sendo que o próprio professor sabe que é capaz de também produzir conhecimento e teorias sobre sua prática. Há também uma reflexão sobre o objetivo da educação, do seu papel como educador e formador de cidadãos. A consciência de que deve unir o conteúdo à formação do aluno como um ser pensante e cidadão da sociedade na qual está inserido. Não se remete somente às teorias, através da sua prática elabora seu planejamento de aula que segue os padrões dos sujeitos aos quais este será aplicado.

Após esta exposição fica claro que não há como se restringir à apenas um deles e somente a eles, há de se fazer o seu modelo. Acredito que serei um pouco de cada e de mim mesma. Porém, sinto-me mais inclinada à proposta do professor crítico-reflexivo. Se a forma como você passa os conteúdos e a forma com que se relaciona com seus alunos está obtendo respostas positivas numa turma e em outra não, é claramente perceptível que deve se pensar outra maneira de se efetivar seu objetivo. Ajustes sempre se farão necessários, o interessante é que sempre se renove a cada turma, ano, semestre...

Concluindo, modelos são apenas orientações do que de fato regras.


Fonte da imagem: http://www.dukembanetimpact.org/img/Direction.jpg

Fonte do texto referido: http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932000000200009&lng=es&nrm=

Encontro incial









Primeira aula de Psicologia da Educação (29/09), cadeiras em circulo, sala de aula um tanto distante da nossa “origem”, do Módulo VII ao Prédio de Pós-graduação em Letras e Artes (Módulo II). Lugar novo, disciplina nova, professora nova, os mesmos colegas de à quase um ano... é o tempo passa rápido.



Uma aula de apresentação, coisa que fazemos todo semestre, então qual a diferença desta? Muita. Pergunto-me: Será isto necessário? Uma apresentação? Após a aula, estava bem mais à vontade, creio então que vale a pena, se faz necessário. Porém, apesar de dois semestres juntos, mal nos conhecemos e acho que poderia ser mais abrangente que apenas responder perguntas como: “Como gosta de ser chamado?”, “O que mais valoriza?”, “O que acha que deve mudar?” e “O que você faz que considera importante?”. Sim, isso ajuda bastante. Mas sinto que algo falta talvez um comentário seu sobre uma das perguntas ou um “puxar” através das respostas, de outras perguntas. Por exemplo, as vezes perguntamos de que colégio veio o aluno então após este responder podemos fazer a seguinte pergunta: "Lembra-se de algo marcante, o qual considera muito importante e que o fez mudar ou afirmação algum aspecto em sua personalidade?" Acho que poderia ser um impulso para que este não tivesse medo de expor alguma experiência que considera importante. Perguntas mais especificas de acordo com as respostas do alunos, seria isso que eu acrescentaria.



Como futura educadora, agora concordo com a aula de apresentação no início de um trabalho com uma turma. Não pensava dessa forma até duas aulas desse tipo que me ocorreu essa semana, é uma forma de encontrar possíveis coincidências em nossas respostas ou falas. Nessa aula descobri que alguns colegas, os quais eu nunca imaginaria, pensam da mesma forma que eu em certos aspectos. Engraçado que uma das minhas respostas, neste caso resposta para a pergunta: “O que mais valoriza”, respondi “lealdade” à minha dupla. O que tem de engraçado nisso? Bom, nesse mesmo dia tive a prova de que nem sempre encontramos isso em nossos próprios amigos, ou quem achamos ser nossos amigos. E isso mexeu demais comigo, acho que foi o impulso final que me levou a escrever num “webfolio”, além de ter sido solicitado pela professora.



Falando um pouco mais sobre a aula, elaboramos também cada dupla um desenho de seu “parceiro”. Essa parte achei que foi mais significativa até que a entrevista, através dos desenhos consegui perceber a visão que cada um tem do outro. Não sei se era essa a intenção da professora, mas foi o que me ocorreu. Seria interessante fazer algo do tipo com meus futuros alunos. Mas, embora tenha sido uma aula de apresentação, tivemos um momento relaxante, zen, desestressante, um alongamento também em dupla num certo momento. Não sei se conseguiria fazer numa turma de ginásio algo do tipo, mas não custa nada tentar algum dia, quem sabe não acalmam-nos um pouco mais?



Enfim, dessa primeira aula há muito que aproveitar e mais ainda o que adicionar. Ao longo do tempo irei pensar mais nisso e elaborar algo bastante criativo e oportuno, com certeza.